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Fundação

FUNDAÇÃO

Em 18 de julho de 1870, o Alferes Manoel Ferreira Bello comprou de Antônio Farias Prestes 300 alqueires de terra de campo e mato, com a clausula: "Para ser aplicado para rocio de uma Freguesia." - livro número 2, fls 35 V do cartório do tabelião Antônio Alexandre Vieira, de Palmas, em cujas terras se assentam a cidade de Clevelândia.

Os descendentes de Manoel Ferreira Bello formam uma numerosa família, sendo que uma grande parte ainda vive nesse município.

BOA VISTA DE PALMAS

Em 16 de outubro de 1884, pela lei provincial nº 789, o povoado foi elevado à categoria de Freguesia, com a denominação de Boa Vista de Palmas, também chamada de Palmas do Sul.

Boa Vista de Palmas

BELA VISTA

Em 28 de junho de 1892, pela lei nº 28, Boa Vista de Palmas foi elevado à categoria do município, passando a denominar-se “Bela Vista”. 

O aniversário de Clevelândia é comemorado em 28 de junho, data em que foi elevado à categoria de município.

Bela Vista
Demarcação

DEMARCAÇÃO

Finalmente, em 1903 os peritos argentinos e brasileiros encerraram o minucioso trabalho, definindo as linhas limítrofes decorrentes da arbitragem, e conferindo ao Brasil o domínio definitivo da região Sudoeste, entre os rios Chopim e Santo Antonio, que deságuam no rio Iguaçu. E do Peperi-Guaçu, a fronteira segue uma linha seca de 27 km, para finalmente acompanhar o curso do Santo Antonio até sua foz no Iguaçu. Os pontos divisórios da fronteira seca são demarcados por monumentos em forma piramidal, em pedra e cimento.

A equipe brasileira era chefiada por Dionísio Cerqueira e Domingos do Nascimento.

Como Dionísio Cerqueira propôs fundar uma vila no Peperi-guaçu a fim de dificultar a influência dos Argentinos nessa divisa, Domingos do Nascimento sugeriu que essa Vila fosse denominada “Dionísio Cerqueira”. Fundada então em 04/07/1903.

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Clevelândia

CLEVELÂNDIA

Pela Lei Municipal nº 3, de 10 de agosto de 1908 e ratificada pela Lei Estadual nº 862 de 29 de março de 1909, com uma área de 650, 98 km² e uma área urbana de 11,644 km², numa altitude de 950 metros sobre o nível do mar, a Bela Vista passou a denominar-se Clevelândia, em homenagem ao então presidente dos Estados Unidos, Stephen Grover Cleveland, que como árbitro finalizou a questão internacional das Missões que o Brasil mantinha com Argentina.

A mudança do nome de Bela Vista para Clevelândia foi obra meritória do Doutor Victor Ferreira do Amaral que despontou como o maior idealizador e batalhador da causa. 

Limites

LIMITES

Em 1916, pelo decreto 3.304, os governadores do Paraná e Santa Catarina assinaram com o presidente do Brasil, Wenceslau Braz, o Acordo de Limites.

Houve nova tentativa para a criação do Estado das Missões, por parte do Deputado José Cleto da Silva – de Clevelândia – o qual não se conformara com o acordo e procurou arregimentar a opinião publica, mas não tendo o apoio esperado, viu seu movimento fracassar.

Por esse acordo, o Paraná ficou com 20.310 Km² e Santa Catarina com 25.510 Km², da área contestada.

Seus limites são ao norte o município de Mangueirinha, ao sul Santa Catarina (Abelardo Luz e São Domingos), ao leste com município de Palmas e Oeste município de Mariópolis e Pato Branco

CLEVELÂNDIA E A REVOLUÇÃO DE 1924

Combate do rio São Francisco de Sales

Em 1924, o silêncio milenar dos sertões do extremo Oeste e Sudoeste do Paraná foi rompido pelo estampido do fuzil, quando a terra foi pela primeira vez batizada com o sangue dos filhos da pátria. Pela primeira vez foram ali escavadas trincheiras para defesa e o combate, e sepulturas para acolher os corpos de irmãos vitimados no conflito revolucionário.

Clevelândia, Barracão, Catanduvas, Serra do Medeiros e Formiga, são localidades no Sudoeste e Oeste paranaense onde aconteceram encarniçados combates no ano de 1925,  entre as forças revolucionárias comandadas pelo general Isidoro Dias Lopes, sediadas em Foz do Iguaçu, e o exército legalista sob o comando do general Cândido Rondon.

Os revolucionários que recuaram de São Paulo fixaram-se em Foz do Iguaçu para aguardar os gaúchos comandados por Luiz Carlos Prestes, Juarez Távora e João Alberto, e depois de reunidos partiram para uma ofensiva de grande porte, objetivando forçar a renúncia do presidente Artur Bernardes.

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Capsula de munição para fuzil

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Das revoluções que convulsionaram o Brasil, o movimento dos comandados de Luiz Carlos Prestes, Siqueira Campos e o Tenente Portela, do Rio Grande do Sul em direção ao Sudoeste do Paraná, para juntar-se aos paulistas em Foz do Iguaçu (futura Coluna Prestes), foi a que mais diretamente atingiu Clevelândia. Diante da intranquilidade, o major Piragibe de Araújo (prefeito de Clevelândia 1924/1925) criou o Batalhão de Voluntários Republicanos Clevelandenses, com duas companhias. A primeira acampou na localidade de Maria Preta, Santa Catarina, e a segunda em Santo Antonio do Sudoeste em ações de patrulhamento.

Serra dos Medeiros

Após alguns dias sem novidades, a segunda companhia também se deslocou para Maria Preta, pois as notícias eram de que o perigo viria do sul. Numa noite, porém, foram atacados pelas forças de Fidêncio de Mello e Siqueira Campos, que vinham de Foz do Iguaçu. No combate perderam um tenente e vários soldados.

Diante da eminência da chegada dos reforços de Prestes aos revolucionários, recuaram a Campo Erê. Porém, só a primeira companhia retornou a Clevelândia - os soldados da segunda companhia, recrutados em Bom Retiro, Pato Branco, eram simpáticos e aderiram aos revolucionários.

Mais tarde, violento combate se travou nas imediações de Clevelândia, tão próximo da sede do município que "era possível ouvir da cidade o matraquear das metralhadoras." Depois de várias horas de luta, venceram os legalistas o que foi fundamental para evitar a entrada dos revolucionários na cidade, e também em Palmas - nas duas cidades havia grande quantidade de material bélico.

Foram dias de luto e grande apreensão, incertezas e terror, e muitos prejuízos materiais diante de uma ação externa, alheia à maioria dos clevelandenses.

Sugestão de leitura:

Livro "Um rio por Testemunha"  - escrito por Guibarra Loureiro de Andrade e Nilton Luiz Pacheco Loures- Editora Imprepel- 2014

A obra com a primeira edição esgotada, é o único relato que se tem conhecimento, e que descreve em detalhes, por testemunhas e participantes do sangrento combate do Rio São Francisco de Sales, no dia 20.03.1925, por destacamentos revolucionários da Coluna Prestes, que pretendiam invadir Clevelândia e a resistência  das Forças  legalistas comandadas pelo Coronel Paim Filho e o Batalhão de Voluntários Republicanos Clevelandenses, sob o comando do Major Piragibe de Araújo, prefeito municipal da época.  A amplitude do gesto destemido e  união do povo clevelandense que habitava o pequeno povoado naquela época, revelou uma prova incontestável de coragem e amor incondicional a nossa terra, e que deve servir de exemplo a todo o nosso povo !   

   

“Após colocar o cinturão de balas e o talabarte de cartuchos, deu um beijo na mulher, foi até o quarto das crianças (Mozart e Aroldo) beijou-os cuidadosamente para não acordá-los, apanhou o winchester e o revólver e foi até a estrebaria para selas o cavalo. O jovem cavaleiro vindo do Rio Grande do Sul para o sudoeste do Paraná ainda criança, na garupa do cavalo de seu pai, por ocasião de uma revolução naquele estado, montou no seu cavalo para então se transformar no sargento Aureliano da Rocha Loures e juntar-se aos demais companheiros que o esperavam na Praça Getúlio Vargas, para uma importante missão: juntar-se as tropas do coronel Paim Filho, para defender o município de uma iminente invasão que se aproximava...o eco das ferraduras do cavalo tordilho do sargento, furando o chão naquela distante manhã ensolarada ressoava forte, dando conta que o último voluntário arregimentado, se aproximava para a missão sem previsão de volta. Foi a maior cena de barbárie que presenciei ou tive notícias em minha vida. Homens feridos, ajoelhados, ou caídos mesmo pedindo piedade, não eram poupados. Alguns, agarrados pelos braços, por trás eram degolados sem pena. Outros, mesmo  agonizando e no chão, eram passados ao fio das baionetas e das facas. Para completar a chacina, muitos ainda vivos, foram jogados na cachoeira a uns 50 metros abaixo do local, arrebentando-se contra as pedras. (Sargento Aureliano Rocha Loures)  (Trecho do livro “Um rio por testemunha” págs.  115/116)  

“O tenente Bello, achou que as ações de reconhecimento realizadas pelo Batalhão de Voluntários Republicanos Clevelandenses, foram fundamentais para impedir que os revolucionários entrassem na cidade, pois segundo ele, permitiram que se tivesse uma ideia aproximada do efetivo do inimigo. Se isso não tivesse ocorrido, os revoltosos teriam recebido forte adesão de voluntários, com grande recrutamento de civis simpatizantes e, teriam dominado o município, se apoderando do forte material bélico existente no local" (Trecho do livro “Um rio por testemunha” pág. 147)

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Operação Clevelândia (do livro: NAS BARRANCAS DO RIO PARANÁ - Dilermando Candido de Assis)

A 7 de março a Divisão Rio Grande chega em Barracão, no estado do Paraná, fazendo junção com as forças do coronel Fidêncio de Mello. Estabelecido como fazendeiro na região, o coronel era amigo do general João Francisco. Comandando uma força de 78 homens, havia providenciado a abertura de uma picada de Santo Antônio, em Santa Catarina, até a vila paranaense de Benjamin Constant, situada do outro lado do rio Iguaçu, de modo a permitir a ligação das duas divisões.

Barracão fica na antiga região do Contestado. De lá, até Foz do Iguaçu, onde estava instalado o Estado-Maior da Divisão São Paulo, a distância era de 90 km. Uma picada entre as duas localidades, aberta na mata por uma turma do Batalhão Cabanas, dirigida pelo tenente Gastão Maitre Pinheiro, estava em fase final de conclusão.

Mas a última coisa que passava pela cabeça de Prestes era atravessar o  Iguaçu, conduzindo suas tropas ao interior do cerco montado pelo general Rondon à Divisão São Paulo.

Os destacamentos de Siqueira Campos e João Alberto foram lançados sobre Clevelândia e Palmas, na direção Leste, buscando uma junção com os 170 homens das forças paulistas que, dois dias antes da chegada da Divisão Rio Grande à região, haviam dispersado e perseguido o contingente governista que guarnecia Santo Antônio, Barracão e Campo Erê. O objetivo da manobra era prosseguir até a Colônia Mallet e golpear a retaguarda de Rondon, de modo a forçar a abertura de uma brecha que permitisse o escoamento da Divisão São Paulo.

Conta o tenente João Alberto:

“Durante cinco ou seis dias, Siqueira e eu… marchamos juntos. Ao fim da semana, quando já nos aproximávamos do campo de Clevelândia,,, escalamos nossa tropa e coube-me a vanguarda. No mesmo dia, o 2º Destacamento chocou-se com uma coluna inimiga que… marchava em sentido oposto ao nosso.

Daí por diante foi um continuar de pequenos combates…

Impossibilitados de cumprir a missão, Siqueira e João Alberto tratavam agora de retardar a  progressão da tropa governista em direção a Barracão, fazendo uma “guerra de emboscadas” ao longo de “180 quilômetros”.

Frustrada a tentativa de efetuar a junção com o grosso da Divisão São Paulo fora do cerco estratégico, a Divisão Rio Grande prepara-se para iniciar a marcha para o Norte em direção ao rio Iguaçu. Siqueira e João Alberto são avisados para evitar o contato com o inimigo e rumar também para o Norte.

Em Barracão a situação é delicada. Convergem sobre o 1º Destacamento duas fortes colunas governistas. A primeira vem seguindo os revolucionários, através da mata, desde Porto Feliz. Na luta para retardá-la, ainda em Santa Catarina, tombara em combate, no dia 27 de janeiro, seu comandante, o tenente Mario Portela Fagundes. A outra, vinda do leste, é a que acabara de fazer abortar o ataque à retaguarda de Rondon.

Prestes aguarda até o último instante. Ao anoitecer do dia 24 de março, simula um avanço do 1º Destacamento, sobre a coluna que vinha do Sul, obrigando-a a fixar-se à espera do ataque, na localidade denominada Maria Preta. Em seguida retira-se, sem permitir que a manobra seja detectada. Na escuridão da noite, as duas colunas governistas acabaram por se chocar, passando a trocar tiros entre si. Só na madrugada puderam verificar que o fogo amigo provocara 200 baixas.

Revolução
Clevelândia - Paraná

CLEVELÂNDIA INTEGRADA AO ESTADO DO PARANÁ

Extinto território do Iguaçu, novamente Clevelândia passou a integrar o território do Estado do Paraná, por força do Decreto Lei  533, de 21/11/1946. 

Em 30/11/1946, através do juiz de direito substituto, Doutor Odilon Vieira, foi reinstalada a Comarca de Clevelândia.

Paraná - 1948.jpg

Mapa Histórico - Paraná, 1948

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

- Pela lei provincial nº 789, de 16-10-1884, foi criado o distrito  com a denominação de Boa Vista de Palmas.

- Pela lei estadual nº 28 de 28-06-1892, foi desmembrado de Palmas e elevado à categoria de vila com a denominação de

  Boa    Vista de  Palmas.

- Pela lei municipal nº 3, de 10-08-1908, confirmada pela lei estadual nº 862, de 29-03-1909, a vila de Boa     

  Vista de  Palmas passou a ser denominada de Clevelândia.

- Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituída do distrito sede.

- Pela lei estadual nº 2489, de 06-04-1927, foi elevado à condição de município com a denominação de Clevelândia.

- Em divisões territoriais datadas de 31-12-1936 e 31-12-1937, o município aparece constituído de 4 distritos: Clevelândia,       

  Bom Retiro, Dionísio Cerqueira e Santana.

- Pelo decreto-lei estadual nº 7573, de 20-10-1938, os distritos de Bom Retiro, Santana e Santo Antônio (ex-Dionísio

  Cerqueira, foram rebaixado a condição de zona e foram anexados ao distrito sede do município de Clevelândia.

- No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído do distrito sede.

- Pelo decreto-lei federal nº 5839, de 21-09-1943, Clevelândia passa a pertencer ao Território Federal do Iguaçu.

- Pelo ato das disposições constitucionais transitórias, promulgada de 18-09-1946 (artigo 8º), foi extinto o Território de Iguaçu. 

- Pelo decreto-lei estadual do Paraná nº 533, de 21-11-1946, foi restabelecido o município de Clevelândia. Constituído do

  distrito sede Instalado em 30-11-1946.

- Pela lei estadual nº 2, de 10-10-1947, é criado o distrito de Pato Branco e anexado ao município de Clevelândia.

- Em divisão territorial datada de 1-07-1950, o município é constituído de 2 distritos: Clevelândia e Pato Branco.

- Pela lei estadual nº 790, de 14-11-1951, foram criados os distritos de Mariópolis e Vitorino e anexados ao município de

  Clevelândia. E ainda, desmembrado do município de Clevelândia o distrito de Pato Branco, elevado à categoria de município.

- Em divisão territorial datada de 1-07-1955, o município é constituído de 3 distritos: Clevelândia, Mariópolis e Vitorino. 

- Pela lei estadual nº 4245, de 25-07-1960, são desmembrados do município de Clevelândia os distritos de Mariópolis e

  Vitorino, elevados à categoria de município.

- Pela lei municipal nº 376, de 21-03-1961, é criado o distrito de Coronel Firmino Martins e anexado ao município de

  Clevelândia.

- Pela lei municipal nº 377, de 21-03-1961, é criado o distrito de São Francisco Sales e anexado ao município de Clevelândia.

- Em divisão territorial datada de 31-12-1963, o município é constituído de 3 distritos: Clevelândia, Coronel Firmino Martins e

  São Francisco Sales. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

org, adm
Mãe do Sudoeste

Em 1950, conforme recenseamento do IBGE, Clevelândia tinha 53.977 habitantes, sendo que deste total 4.353, viviam na área urbana e 49.624, na área rural. Com isso a população do Município de Clevelândia correspondia a 2,55%, aproximadamente, da população do Estado do Paraná.

A partir de Clevelândia surgiram e foram desmembrados oito municípios. E dentro da ordem natural dos acontecimentos esses municípios foram dando origem a outros novos municípios.

Conheça a cronologia e a história política dos municípios desmembrados direta e indiretamente de Clevelândia.

 

MÃE DO SUDOESTE

Fontes:

- Livro Clevelândia – Nossa Terra, Nossa Gente.  

Lançado em 2003 / editora Juruá

- Professor Alzir Demétrio Viecili

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